terça-feira, 27 de novembro de 2012

Esperando o Sol



Passavam cinco minutos.
A gabardine pouco protegia do frio que se fazia sentir. Parecia lança rasgando rosto e o corpo tremelicava como se em uma dança estivesse, sem par. O chapéu dado vento que se fazia sentir, mostrava-se pouco ou nada eficaz na sua função. Soprava, enregelando até à alma.
Passavam dez minutos…
As botas que outrora impermeabilizavam, pouco defendiam entrada da água jorrada dos céus, fazendo com que os pés sentissem as agruras do tempo. As mãos, livres de protecção, começavam a ficar roxas, dificultando as articulações.
Passavam quinze minutos…
Ansiedade! De chegar antes da hora combinada. Era esta a hora! E não importando o mais ou menos minuto que passara, ela chegou.
Sua luminosidade no olhar, seu sorriso no meio da intempérie fazia aquecer coração em corpo gélido.
E o dia, esse, virou Primavera. 

sábado, 13 de outubro de 2012

Lágrimas de saudade



Não limpes as lágrimas, que correm em meu rosto
São lágrimas de amor
Não de qualquer desgosto.

Lágrimas de paixão,
Que fertilizam minha vida
Indo ao coração
Em cada despedida.

Não limpes as lágrimas, que correm em meu rosto
São lágrimas de saudade,
De ti, divindade.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Que Vale!?



Que vale sol brilhar, se não te reflecte no olhar
Abelha criar doce mel, se não distingues no paladar
E o palhaço levantar plateias, se o esboçar do sorriso não te sai
De que vale ter medo da morte, se a vida não viveres
E o caminho que se corre, sem a um destino chegares
De que vale duvidar, se não for existencial
Que vale rezar e amar um Deus, se não souberes perdoar
Que vale ter vergonha, não o tendo de pecar
De que vale todo este Mundo, se não souberes aproveitar
De que vale esta Vida, se não a souberes partilhar
Que vale tua voz, se não a souberes escutar
De que vale o quanto vales, se outros não valorizares
De que vale questionares, se nas respostas... não pensares.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Palavra


Palavra que flutua
Viaja ao sabor do vento
Se perde na hora do tempo,
Que assenta em gelo
E derrete à medida que é citada.
Quanto custa uma palavra que vigora eternidade!?
E não se esquece, nem se perde algures no passado!?
Palavras que custam confiança,
Ditas, sentidas com vigor teatralizado e que nada valem,
Vigorando o interesse do momento.
Quanto custa uma palavra,
Dita, sentida como lei, dogma da seriedade!?
Cravada na mente, lembrada em qualquer momento,
Para além do tempo.
Palavra!
Ouro deste século,
Raridade do Mundo d`hoje
Conhecer-se
Homem de palavra.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Não um, mas três balões pelo ar


Subiram dois no ar
Entre dezena de milhar.
Que empenho
Dedicação
Fervor amador
Nesta festa popular.
Após acesa a tocha
E a chama controlar,
Ar quente os ergueu
E não mais
(felizmente)
Os devolveu.
Céu limpo, colorido
Estrelado de balões
O primeiro
Na ribeira...
No cais da estiva
Se elevou.
Subiu, subiu
Mesmo antes
Do foguetório
E até perder de vista
O Douro atravessou
E em Gaia Pairou.
Foi o Nosso
Mesmo primeiro
Flutuar de emoções
Na festa Joanina
Já sabíamos,
Quem diria
Da arte secular
De balões lançar.
O segundo
Bem maior,
Confiança, adrenalina
Alta ia já hora
Anoitecer, madrugada
Largo de S. Domingos.
Entre prédios se ergueu
Perante vidrantes olhares
E tão bocas de pasmar
Já não era divina sorte
Fruto do acaso
Fácil o segredo:
Conjugação de equipa
E muita amizade.
O terceiro reza
A história
Fez o seu voo primeiro
Do coração partiu,
Pr`a outros foliões
Ainda embrulhadinho
Repartindo assim prazer
Brincadeiras, emoções
Em noite de S. João.

Fotografia de Miguel Jardim
(Com: Isabel Ribeiro, Maria João Drumond, Ana Manuela Ribeiro, Miguel Jardim e eu)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Pico do Castelo


Caminho…
Contigo, só com Deus.
No silencio da Natureza
Onde pássaros esvoaçam
E sardaniscas se afastam
A cada nosso passo
Escondendo-se, refugiando-se
Em Muros de pedras soltas.

Onde o vento sopra
Sem darmos conta
Do quanto o Sol
Que brilha, queima
Pele de nosso corpo.
Caminho…
Pelo trilho,
Que leva ao cume
Onde nuvens
Se juntam a nós
E o céu se encontra
Mais perto.
Caminho…
Contigo até ao cimo,
Onde Deus
Está mais perto
E presencia
Teu sorriso em flor
Ali, naquele pico
Do Castelo,
Árido, de pouca flora
Onde se avista
Todo um Céu,
Beijar imenso Mar…
Em Porto Santo.

sábado, 12 de maio de 2012

Dó-Ré-Mí


Música que soa
Ecoa em meu coração.
Notas na pauta
Escritas, tocadas
Na perfeição.
cil harmonia como seu Ser
gia melodia, encanto seu.
MIgra a escala, abandono meu poiso
FÁcies encanta, beleza divina
SOL! Seu olhar, que sorri com gosto.
grima de dor, não quero em seu rosto
SInto orquestra tocar enamorada
-ré-mi`nh`alma apaixonada.
E em bis distinto,
Ressoa, escuto
Ária de vida
Amor, querida.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Páscoa


Todos temos problemas… Uns mais que outros, é verdade, mas todos temos situações difíceis em nossas vidas com que temos de lidar.
Todos temos uma cruz a carregar nesta vida. Uns são mais fortes, conseguindo assim, carregar a sua e a de outros. Haja força psicológica e mentalidade positiva, pensar que o amanhã irá ser bem melhor. Nossa vida, não é mais que nossa via-sacra, o caminho que percorremos para atingir a felicidade, ultrapassar dificuldades. Há que acreditar na ressurreição… Há que acreditar que nossa vida ressuscita em cada sorriso, em cada alegria, em cada obstáculo ultrapassado, por cada estação de sofrimento, por cada Paixão.
A Páscoa é isto, uma passagem para uma nova vida, lutar e vencer, ajudar o próximo nas dificuldades que encontra. É reflectir, é meditar, é ter
Após o calvário, há sempre um Céu que se abre para nós, para nossa vida. E esta, somos nós que a construímos, independentemente do destino traçado. 
Uma feliz e Santa Páscoa para todos

terça-feira, 27 de março de 2012

Banda Desenhada


Nasci com a Banda Desenhada, como a maior parte das crianças de meu tempo. Com o passar dos anos, não me afastei, antes pelo contrário, sempre consegui arranjar espaço para eles, fazendo parte de meu Ser, de meu crescimento.
Maurício de Sousa, Walt Disney, Uderzo, René Goscinny, Morris, Quino e por ventura mais um ou outro que não me vem à memória.
Foi com estes autores/desenhadores que entrei no mundo da banda desenhada. Primeiramente com a “Turminha da Mónica” em português do Brasil, só mais tarde com o português de Portugal. Lembro-me na altura que foi um acontecimento, chegando mesmo a haver uma edição especial onde as personagens relatavam tal facto.
Identificava-me com o Cebolinha, não por estar apaixonado por uma dentuça como a Mónica, ou ser amigo de alguém que tem alergia à água como o Cascão e um porquinho de estimação. Mas sim, por trocar os “érres” pelos “éles”. Tinha ali alguém como eu, até a professora Guiomar, da primária, me ensinar alguns truques para corrigir essa troca. E eram esses truques os meus TPC`s. E eram esses truques que gostaria de ensinar ao Cebolinha, mas em vão… Continuou a ser meu amigo, e eu, mais que ninguém conseguia o ler sem grande dificuldade. 

É bom lembrar, que foi fantástico ter um pai também devorador de livros de quadradinhos. Havia sempre material novo em casa e Walt Disney estava sempre presente. As loucuras do Professor Pardal e seu ajudante Lampadinha, faziam também com que eu inventasse coisas sem sucesso algum e muito estrago, sendo meu irmão o Lampadinha – falava, mas não lhe ligava.
Na altura não se sonhava com o euromilhões, mas havia o Tio Patinhas com que todos sonhavam - nadar em dinheiro e ter a moedinha número um. Os primórdios do materialismo puro e duro ou os primeiros passos de se ser um tanto ou quanto liberal económico, em que tudo se podia comprar e/ou vender.
Havia o Gastão, o sortudo. Eu, era mais Pato Donald, aselha em tantas coisas e azarado em outras tantas, a sorte era para os outros, mesmo que eu a tivesse, achava que não. A bem dizer, era um Pateta, sem Glória. Bem podia comer feijões, mas nada de me transformar em Super-Pateta. Apesar que achar, que em certos momentos de minha vida, o cheguei a ser…
Achava um fascínio ao caipira Urtigão. Hoje sei o motivo – o querer, o gostar de alguma solidão e ser pouco dado à arte de socializar.
Não gostava da intromissão de certos personagens nos namoros entre Minnie e Mickey ou entre Donald e Margarida. O amor como hoje, era para ser respeitado.
Também havia coisas que me intrigavam como de onde surgiam os sobrinhos do Pato Donald!? E depois as sobrinhas de Margarida!? E Max, o filho do Pateta!? Havia, naquelas histórias, falta de personagens e meu sentido de organização começava a ficar baralhado.
Na luta de Mickey contra  Bafo-de-Onça ou contra Mancha-Negra, estava sempre do lado do bem, condenando o mal. Só descansava quando o Coronel Cintra os prendia, mesmo sabendo de antemão que haveriam de fugir, para que eu tivesse mais histórias para ler.
No Zé Carioca, penso que só mesmo o gosto por feijoada me identifica com ele. Sou doido por uma feijoada, mas ser alérgico ao trabalho e festarola como ele, não é comigo.
Há e haverá sempre uma coisa que não me conforma, que é o de não poder sentir o aroma das tartes da Vovô Donalda, mas aquele campo, aquela quinta atraia-me, talvez a qualidade de vida que um dia gostaria de ter.

A família já sabia o que eu desejava pelo Natal e nos aniversários – livros do Astérix  e de Luke Luke.
Eu que sou contra a violência, não ficava descansado enquanto um romano louco não levantasse os pés do chão ou uns piratas em qualquer oceano naufragassem. Uma aldeia onde os habitantes andavam às turras uns com os outros, mas que tinha um sentido de união único contra o invasor. Já a poção mágica não era por mim desejada, nunca fora de andar à bulha e beber mezinhas de druidas, bruxos ou feiticeiros também não é minha pratica. Quanto a comer javali, só o provei este ano, saborosa carne, mas meu organismo não conseguiria nunca comer um javali inteiro como Óbelix o faz, dai também não conseguir carregar menires. Mas tenho uma vantagem, consigo ser mais elegante, ainda…

Nunca consegui ver um filme do Velho Oeste. Detesto cowboys e Índios, mas ao Luke Luke não resisto. Lembro-me que cheguei a por o meu irmão a ver se eu conseguia ser mais rápido que a minha própria sombra. Uma vez disse-me que tinha conseguido, mas acho que foi só uma delicadeza para não me chamar de maluco e o deixar disponível para outras brincadeiras.
O ponto alto do Luke Luke e de grande vibração para mim, foi quando deixou de fumar. Como fiquei contente, não era para menos, sendo anti-tabagista, um dos meus personagens preferidos tinha deixado de fumar. Assim poderia gostar ainda mais dele.

A Mafaldinha já a conheci, com os primeiros pelos na cara, quando comecei a perceber alguma coisa de politica e do Mundo em geral. Facilmente me identifico com as questões que coloca do Mundo e da Humanidade e da sua visão nada positiva acerca dos mesmos. Mas acho de muito mau tom não gostar de sopa. Ai, não a consigo compreender. Acredito que era sua mãe, que não saberia a fazer como deve ser, pois se provasse a da minha, não diria odiar sopa. Ainda hoje dizem que tenho o cabelo à Manolito, quando o corto curtinho e fica em pé. Mas de resto e tirando a aptidão pela matemática, não encontro mais nenhum ponto em comum com ele.

São estes alguns dos personagens de B.D. com que cresci. São estes, os personagens de B.D. com os quais me consigo identificar em algo. Em suas histórias, aparecem alguns dos valores que defendo hoje em dia – União, Família, Amizade, Amor, companheirismo, justiça. Com todos eles, se aprendia algo, com humor à mistura. E é bom saber, que todos eles, ainda perduram, cabendo a nós, transmitir a uma nova geração o gozo que dá ler livros aos quadradinhos. Se a minha vida podia ser uma personagem de B.D? Não! Simplesmente porque ela já existe, dispersada em todas estas.  
Apetecia-me escutar o silêncio...
Ouvir, o que o rio tem para me dizer...
Quem sabe, o grasnar das gaivotas não trazem anúncio...
Um despertar de saber.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Mar entre rios

Lanço à água
Jangada de emoções
Ali, onde (ainda) mora Velho do Restelo
Onde choram corações
Partiram conquistadores.
Navego rio abaixo
Entro Mar dentro,
Onde ventos sopram
Caminhos de Deus.
Sigo corrente de saudade
Sigo Gaivota a teu Ser
Remo, iço vela
Sem nunca esmorecer.
Diz bússola das estrelas
Que Sol não deixa ver
Que sigo costa acima
E que nada há a temer.
Entro Foz dentro,
Navego rio teu
Barcas, Rabelos
Terra do Infante
Mentor, descobridor
Deste Douro, amor meu.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Ainda penso...

Faz hoje oito dias, o que ditou o atraso na chegada ao destino…
Uma viagem de comboio, de Alfa, igual a tantas outras. Não sei qual a probabilidade de acontecer, mas parece-me ser suficientemente grande dada as inúmeras vezes que é noticia.
Posso dizer, que não foi nada agradável, passar em sentido contrário e ver um lençol branco, estendido, junto à linha, já na berma, cobrindo aquilo que era mais do que evidente – um corpo, ou o que restara de um corpo, dado que pedaços do mesmo, ainda estavam espalhados ao longo da linha…
Dado o sítio onde ocorreu, presumi logo que tivesse sido suicídio.
Fiquei a pensar naquela situação durante o resto da viagem… e do dia… e ainda no dia seguinte. O desespero que pode assolar a cabeça de uma pessoa para enfrentar, como se de uma arena fosse, a força bruta de um animal. Mas neste caso, o “animal” era um Alfa. Só, o mais veloz dos comboios que circula naquela linha e em Portugal. Não consigo imaginar, se sentiu algum tipo de dor, dada a velocidade a que terá sido o embate… ou a rapidez com que lhe passou por cima. Nem sequer o desespero que a possa ter levado a uma loucura limite. Só consigo imaginar que é grande, enorme… fora de qualquer controlo.
Podia dizer que é, era preciso ter coragem para uma atitude daquelas. Mas isso era se estivesse no seu perfeito estado. Não acredito, que, quem comete suicídio, esteja de pleno equilíbrio mental e logo não há aqui, lugar a coragem. Só alguém que precisava de ajuda e não teve ou não foi suficiente.
E pensei em outra vítima – o maquinista. Que nada pode fazer, travar é impensável e desviar-se impossível. Resta-lhe fechar os olhos, abrandar após o embate e lutar contra possíveis traumas psicológicos. Só de pensar… Ainda penso… e já passou uma semana. E não sou o maquinista...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Greve (também) ao Respeito e à Consideração

Vem aí mais uma greve nos transportes públicos – autocarros, barcos, metropolitano, comboio… nada escapa. Greve conjugada propositadamente para afectar a vida do comum cidadão que precisa se deslocar para o emprego, aulas, médico.
Há sempre a alternativa do “ir a pé” quando se pode e consegue, em viatura própria quando se tem ou de boleia, quando se consegue arranjar.
Quem precisa e quer trabalhar, de certeza que já arranjou maneira de se deslocar amanhã, contudo, esta situação não serve de desculpa para eu defender a greve da maneira que é/está a ser feita nos transportes públicos.
Podia evidenciar o transtorno, que dá a milhares de pessoas, fugir à rotina de frequentador de transporte público, os custos que terão – gasolina, portagens, estacionamento, táxi, o não receber por não poder trabalhar, dores de cabeça, o levantar mais cedo…
Serviços mínimos quando existentes, amenizam a situação, mas ficam sempre muito aquém… Ainda sou do tempo em que o Metropolitano de Lisboa colocava à disposição serviços alternativos para detentores do passe. Agora nem isso, uma tristeza, uma vergonha.

Há greves e maneiras de se fazer greve. Os defensores dizem que é assim mesmo – se não prejudicar ninguém, não vale a pena fazer greve. E é assim que se pensa. A greve só faz sentido, neste caso, se prejudicar a vida a milhares de portugueses. Eu defendo que não. Existe o direito à greve, mas existe também o respeito e o direito de quem paga um serviço.
Se invés de pararem 24 horas (ou quase), se unissem todos e por exemplo, não cobrassem bilhetes, abrissem as cancelas de acesso ao transporte, andassem com um simples autocolante na lapela “estou em greve”, reduzissem a oferta em determinado dia, só deixassem entrar quem passe tivesse… há milhentas maneiras de mostrar descontentamento e fazer greve. E não me venham com a “depois levava processo disciplinar”. A TODOS os trabalhadores!?, respondo eu…
Perguntem a outras classes profissionais como o fazem... Aprendam! Inovem!...

Parece que só querem conhecer este tipo de luta. É mais fácil não fazer nada, ficar em casa descansadinho, esquecendo-se que estão a prejudicar quem verdadeiramente lhes paga o salário – quem compra o passe e viaja regularmente. Sim! Não estão a prejudicar a entidade patronal, feitas as contas no fim do dia, se calhar até ganham…

Quantos destes senhores, que amanhã farão greve, mais os que a defendem neste molde, já se indignaram, já chamaram nomes, stressaram por terem pago um serviço e não obtiveram o retorno esperado. Umas horinhas sem Internet, sem televisão e sai logo critica a seu fornecedor de serviços. No cinema, quando o filme, está com quebras na imagem ou o som não está bom… Num restaurante, quando pagam e são mal servidos… Quando se paga a alguém para limpar a casa e depois pouco limpa…
Quando alguém compra o passe, está a pagar um serviço adiantado e quer ser bem servido. Um dia ou outro até podem compreender e deixar passar o atraso do transporte, a avaria… Mas PAGAR e NADA receber!? Quantos de vós, trabalhadores nos transportes públicos, estão dispostos a isso!?

Sempre aprendi que o respeitinho é muito bonito. E ganhavam mais, estes trabalhadores em luta, respeitando e tendo consideração por quem lhes paga o salário, do que ter estas atitudes de desprezo, olhando só e apenas, para seu umbigo.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Lágrima

Solto uma lágrima,
Muda em palavras, rica em sentimento.
Se minha lágrima falasse,
Comunicasse com teu olhar,
Percorria minhas rugas,
E de meu rosto te diria:
“Sou lágrima de saudade,
Que contigo quero ficar”.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Livro da Vida

Folha em branco, onde se escreve, rascunha, desenha, rasura, se inventa e se faz inventar.

Onde se colam imagens, relevos salientes, fotografias, foto montagens do que é, que não é ou supõe-se ser.

Tinta que desliza, negra colorida, pintando, expressando pensamentos, animando páginas, criando histórias do Ser ou não Ser.

Borracha, corrector que apaga e se faz apagar para esquecer. Trava, corrige destino, caminhos, ideias, fado que se queira mudar.

Letras que casam, formando filhos palavras que crescem, reproduzem-se construindo frases.

Parágrafos criados, preenchendo vazio de outrora, subsistência de uma e cada folha da origem.

Página a página, tristezas, alegrias descritas, sentimentos opostos, fervilham, realçam o bom, menos bom da vida de um livro.

Livro da Vida:
Onde cada parágrafo corresponde a um momento.
Cada capitulo um ano passado, escrevinhado.
Restando sempre...
Uma folha em branco, simbolizando o futuro, que se deseja um dia, vir a escrever.