quarta-feira, 31 de março de 2010

Cruz da Vida

Jesus morreu na cruz.
Quantas cruzes há Jesus!?...
Mãe que sofre ao dar à luz,
Carrega sua cruz.
Por vezes sem ver cria…
Teve sua sina,
Carregou sua cruz.
Pai que sai de sua terra…
Longe educa, alimenta seu filho.
Dias, meses de saudade,
Ao carregar sua cruz.
Família que trabalha,
Sol a Sol sem descanso.
Carrega sua cruz,
Pão que diabo amassa.
Mendigo, sem vida própria…
Doente e faminto.
Chora na sua cruz,
Por um lençol, prato de sopa quente.
Inocentes maltratados…
Violados, espezinhados.
Vida prejudicada,
Carregam sua cruz.
Bebé abandonado…
Ao frio e ao relento,
Tão novo ó Jesus…
Carrega sua cruz.
Criança injuriada…
Sem amor, sem carinho,
Sem brinquedo, sem vida.
Carrega sua cruz… Porquê ó Jesus!?
Pequenos indefesos…
São estas minhas lágrimas.
Pesada cruz carregam,
Mesmo não tendo nada.
Em troca de seu sorriso…
Carrego sua cruz.
Escutai ó Jesus:
Tal como Tu
Quero morrer na cruz

quinta-feira, 25 de março de 2010

Deitar...

Deitas-te em teu leito…
Aconchego-te a roupa,
Até ficares bem aninhada.
Fechas os olhos…
Em tua testa dou um beijo abençoado,
Em teu ouvido sussurro “Bons Sonhos”.
Apago a luz…
Tua luz me ilumina agora.
Encosto a porta…
E afasto-me silenciosamente,
Na certeza de ter deixado um anjo a sonhar.

domingo, 21 de março de 2010

Chorei...

Hoje chorei…
Chorei ao não estares junto a mim.
Chorei tua presença…
- Inveja, eu sei!
Teu silêncio ensurdecedor
Simplesmente chorei.
Chorei…
Por não ver teu olhar,
Teu rosto de encantar, chorei…
Tua voz, balada de mil sons
Música em minha alma
Vibrar de meu coração, chorei.
Olhar fechado...
Gelado, branco cal, mãos entrelaçadas, chorei.
Teu sorriso!...
Sim! Teu sorriso!...
Estavas sempre a sorrir…
- Ainda o vejo!
Imagino talvez...
Quero acreditar!...
Mas chorei...
Deitado, envolto em seda
Flores aos pés, Deus à cabeceira… chorei.
Cada lágrima em teu rosto
É parte do teu corpo
Que cai sobre mim.
E comigo vai…
Fosse teu corpo também
- Inveja, eu sei
Chorei…
Por amor...
Tua amizade em pessoa,
Sentimento num corpo só.
Chorei…
E só por amor…
Bolas!... Caramba!...
Me separo agora
- Quanto custa…
Digo sem ouvires:
“Sorri e sê feliz”
- É amor eu sei
E sem poder lacrimejar…
Chorando… parti.


Acredito no amor eterno. Quando partimos, ninguém sabe ao certo o que nos espera ou o que sentimos – se é que sentimos algo. Acredito, que mesmo depois de iniciarmos a tal viagem, seremos capazes de amar… mesmo que nos custe. E amar quem sempre amámos é simplesmente desejar que essa pessoa seja Feliz e siga seu caminho.

domingo, 14 de março de 2010

Um bom momento

Hoje vi… senti a vida a passar à frente, a correr…
Muitas vezes me desloco à zona onde vivi quase trinta anos da minha vida e apenas de lá sai há cinco. Costuma ser de passagem, hoje parei. Fiquei… Hoje tive o prazer de reencontrar amigos com quem brinquei na rua e/ou com quem partilhei estudos. Vi as “avós” simpáticas que ralhavam quando tinha de ser, mas também conversavam e davam conselhos. E soube de outras que não voltarei a ver, como a “avó” que queria uma neta para casar comigo.
Cabelos brancos… muitos cabelos brancos e rugas. Rugas de alegria, de dor e de emoção. Por largo período não deixei, não consegui deixar de ter os olhos embaciados. Foi tão bom recordar a vida que cada uma daquelas pessoas, com as quais me cruzei hoje, partilhou comigo. As histórias são muitas, imensas.
Quão novo sou ainda e já digo “Bons velhos tempos”. Não é ser saudosista. É partilhar, sentir a emoção do que já vivemos. Não digo “Tempo volta para trás”. Digo obrigado, por hoje poder ter sentido aquilo a que não sei o que chamar. Obrigado, por passar alguns anos e aquela gente ainda me dizer algo. Significa que me marcaram de alguma maneira. É o bom… Foi o bom de viver numa antiga zona de Lisboa. Onde todos se conheciam, onde todos se falavam. E disso, não posso omitir… “Que saudades tenho da minha velha Lisboa, feita de pessoas”.
No regresso a casa, não liguei o rádio do carro. Silêncio… Precisava no silêncio deixar cair as lágrimas daquele momento, num largo sorriso. Da vida, do que ali vivi e espero continuar a viver e do quanto pequena ela é. Tão curta…

domingo, 7 de março de 2010

Dia 8 de Março de 2010 – Dia Internacional da Mulher

Talvez um dia, escreva o que realmente penso da Mulher. Por agora, apenas digo que é o ser mais completo e fantástico da Natureza. Se o Mundo podia existir sem a Mulher? Simplesmente não podia… É ela a geradora de vida e de sentimentos. Fica aqui uma pequena brincadeira em sua homenagem.


Cromossoma “XX” Hoje é teu dia

Menina…
Hoje é teu dia.
Ainda criança, mimada de colo, ternura de amor
Brincas aos “pais”, inocência de vida… o esplendor.
Rapariga…
Hoje é teu dia.
Profissional, estudante, rainha de festa…
Dona da vida, alegria, tristeza… dona de ti.
Mãe…
Apesar de teres dia próprio… e bem!
Hoje também é teu dia.
Conselheira, amiga presente em lágrimas e sorrisos…
Minha vida… é tua vida.
Avó…
Hoje é teu dia.
Velhinha carinhosa, simpática rabugenta
Saúde fragilizada, dependente de amor.
Foste menina, rapariga, mãe…
Continuas símbolo Mulher.
Amiga…
Hoje é teu dia.
Palavra sábia, honesta, confortável
Ombro importante no rir e chorar.
Amor presente, paixão quem sabe.
Diamante, pérola, valiosa… sempre serás.
Mulher…
Hoje é teu dia.
Hoje, ontem, para todo o sempre.
Por mais queira macho endiabrado, víbora mulher…
Serás sempre lembrada, defendida, respeitada…
Por quem te quer bem.
Cromossoma “X”…
Hoje é teu dia…
Se acompanhado d`outro "X" igual.
Nem sabes o bem, forçado, desejado ou não…
Que tiveste… que tens…
Em não ter a teu lado
O “Y” – o tal
Que te deferência
Para melhor… sem igual…
Hoje é teu dia…
Um dos teus dias.

terça-feira, 2 de março de 2010

Carta aberta... A Ti... e a Ninguém...

Texto publicado no facebook no dia 28 de Fevereiro.

Carta aberta…
A Ti… e a Ninguém…

Apeteceu-me escrever esta carta…
A Ti, cujas 24 horas são o meu dia e o teu dia é a minha vida. E a Ninguém cujo tempo diz-me tudo.
A Ti, que de tão longe estás tão perto e de tão perto quero fugir. Ninguém está sempre presente.
A Ti cujo rosto desconheço e a Ninguém que está tão bem definida.
A Ti, onde nos sonhos desapareces e a Ninguém que me acorda.
A Ti, com quem passo o luar e no amanhecer não te encontro. É Ninguém que está junto a mim.
Escrevo-te esta carta na certeza de que a não vais ler. No máximo, vais o fazer na diagonal – o costume. E a Ninguém, que vai absorver cada palavra, cada frase, cada mistério que nela se esconde.
Escrevo a Ti, que de tão real me pareces imaginária… ou será mesmo!? E a Ninguém, que de tão imaginária é tão real, tão presente.
Escrevo a Ti, que me fazes rir e chorar, mas é Ninguém que limpa minhas lágrimas.
Os problemas de Ti, são os meus problemas. Os meus…Bem!... São meus e de Ninguém. Teu silêncio incomoda-me, não dás conta… é Ninguém que me ouve e aconselha.
Não sou Pessoa, nem Queiroz, nem poeta como Vaz de Camões e nem sequer sei escrever. Apenas tento exprimir sentimentos com as palavras. E é Ninguém que percebe, mesmo com erros ortográficos ou frases mal construídas.
Não sou quem tu desejas, anseias… Apenas o desejo de Ninguém.
Teus amigos são meu ciúme, minhas amigas apenas e só para te fazer ciúme. Com Ninguém sinto-me livre.
Escrevo a Ti que queres fugir, esconder-te de mim. Irei atrás e Ninguém vai ajudar-me a encontrar-te. No fim do mundo!? Lá estarei…
Escrevo a Ti que de tão igual és eu ou apenas e só um sonho meu. E a Ninguém que me faz abrir os olhos, acordar de tal pesadelo.
Escrevo a Ti, que me desorientas e a Ninguém que me dá rumo à vida.
Escrevo a Ti, que de mim nada queres saber e a Ninguém que já tudo sabe
Escrevo por escrever… mágoa minha.
Escrevi a Ti, a quem preciso e desejo e a Ninguém que anseio.
Escrevi a Ti para tentar esquecer, branquear nosso passado presente, mas é Ninguém a dizer que não sei mentir.
Escrevi a Ti e a Ninguém, afinal és uma e uma só… Não distingo, não consigo distinguir, não quero distinguir, mas é a Ti e mais Ninguém… que amo.
Escrevi esta carta… a Ninguém e a Ti.

segunda-feira, 1 de março de 2010

O Inicio...

Porquê abrir um blog!? Não sei!... Talvez por me apetecer partilhar algo com outros ou simplesmente deixar algo registado. Ou nada disto e porque sim!
Será mais um, entre tantos, neste mundo da blogosfera. Não sei se terá leitores! Pressupondo que sim, desde já agradeço o tempo que vão despender por aqui, não quero nem lhes posso exigir assiduidade. Não prometo escrever diariamente, semanalmente ou mensalmente. Quando tiver algo que considere digno a registar, fá-lo-ei.
Não será um blog temático. Serei livre o suficiente para escrever sobre o que me apetecer. Politica, desporto, sociedade, pensamentos, crónicas,… Tudo o que me rodeia e que me vai na alma poderá vir para aqui. Terá sempre um cunho pessoal, a minha opinião, os meus gostos, a minha maneira de ver e de viver.
Não sou escritor, nem sequer tenciono alcançar tal estatuto. Escreverei sem acordo ortográfico da melhor maneira que conseguir – como a professora Guiomar me ensinou. Tenciono ser simples, para que todos me entendam. Sem complexidades que levem a pensar “O que está este tipo a dizer!?”
Escrevo porque sinto essa necessidade. Necessidade de puxar pela cabeça, de deixar de ser mandrião e obrigar-me a pensar. Não é que não o fizesse antes, mas tópicos soltos não é a mesma coisa do que um texto, onde se quer um principio, um meio e um fim. Não sei quanto tempo vai isto durar, espero que o entusiasmo seja duradouro, o tempo suficiente para que se um dia acabar, possa dizer “Valeu a pena”.
Sendo assim… vamos a isto!