quarta-feira, 28 de abril de 2010

O valor de um sorriso

Há coisas que de tão simples, passam por vezes despercebidas e têm imenso valor.
Quanto vale um "Sorriso"!? Não é quantificável... É a mais-valia que recebemos, quando estamos em momentos menos bons e nos revitaliza. É o sentimento de alegria ao ver a expressão de alguém feliz. Pode significar “Gosto de ti…” "Ainda bem que aqui estás…" “É tão bom te ouvir..." ou ainda o mais simples "Obrigado!"

Um sorriso é capaz de fazer mais do que mil palavras. Há mesmo sorrisos, que não são traduzíveis – um sorriso e um olhar, tal como no código morse, só alguns o conseguem decifrar.

Um sorriso, dá-nos o direito a sonhar. A deduzir o seu significado e mesmo que não signifique o que queiramos, não deixa de ser um sorriso. Algo que recebemos de bom grado por alguém que partilhou a sua felicidade, alegria… E só isso por vezes é tão bom.

Todos nós temos um sorriso na mente. Seja de quem for. De alguém de quem gostamos ou de alguém que já partiu. Não é por acaso, que quando alguém parte desta vida, a imagem que queremos guardar, é a do seu sorriso. Dá-nos a esperança de pensar que ficou e que está bem nessa sua “viagem” – é tranquilizante.

Como o sorriso de uma criança. Há coisa melhor no mundo do que ver uma criança a sorrir!? A sua simplicidade, ingenuidade, um sorriso “limpo” sem qualquer outro significado que não o de pura alegria e satisfação. Quem fica indiferente ao passar por uma criança, que na sua brincadeira, sorri de “orelha a orelha”? Até a vida tem outro sabor, ao ver tal imagem.

Ou o sorriso de quem amamos. Como podemos ser felizes, se as pessoas de quem gostamos não sorriem? O seu sorriso, é… tem de ser o nosso sorriso. O seu bem-estar, é o nosso bem-estar. E vice-versa. Há que fazer tudo para que, esta expressão facial, não passe despercebida, não seja só mais uma… Há que fazer com que a felicidade reine. Sorrir é amar, é significar “Estou bem…”. O sorriso de um familiar ou de um amigo é melhor que qualquer remédio. Muitas vezes, cura as “maleitas” que nos atormentam o dia-a-dia. O seu não sorriso, é problema que temos de resolver. Com gestos, com palavras, com o que seja ou apenas e tão só com o nosso sorriso.

O sorriso não é uma expressão egoísta, é sobretudo um meio de partilhar sentimentos, algo de bom.
Confesso, que só há pouco tempo, percebi, o que pode significar um sorriso e o bom que é receber. As minhas desculpas a quem um dia, esperava um sorriso meu e não o teve. Não foi por maldade, mas sim pura ignorância, uma possível timidez que até rima com estupidez. Fui egoísta, ficando com o sorriso para mim, não demonstrando o quanto estava feliz ou o que poderia significar para vós. Acho que já dei um grande passo ao perceber isto. Aos poucos vou-o libertando e quando o virem, acreditem que é sincero, sabem que não sou de “teatros”. Espero ainda ir a tempo para que o meu sorriso, seja o vosso sorriso, porque muitos dos vossos já são os meus.
Vamos sorrir para a vida, para que esta também nos sorria… :-))

domingo, 25 de abril de 2010

Noite

Noite!...
Escuridão silenciosa.
Pergunto a Deus Nosso Senhor,
Fado que nos reserva.
Por mais que me concentre,
Não O consigo escutar.
Rezo por convicção
Nossa sina não entendo
Preciso de um sinal
Para poder descansar.
Insónias pensantes
Noites mal dormidas.
Penso em ti, penso em vós
Não em mim!...
E em nós!?

Noite!...
Olho para ti, como és bela.
Teu Luar ilumina
Sombras da escuridão.
Teu estrelar…
Constelações, obras de arte.
Cadentes rasgam céu,
Morrendo em Terra.
Chuva de meteoritos
Artificio de Luz divina.
Ouço teu trovejar…
Sinto tua cacimba…
Queria eu um sinal!?
É só interpretar…

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Catolicismo, Papa, pedofilia e tolerância de ponto

Se houve tempo em que ser comunista, era visto como um papão, chegou a vez do catolicismo passar pelo mesmo.
Como é óbvio, ninguém de bom senso ou de perfeito juízo mental concorda ou incentiva a praticas pedófilas. Se o abuso sexual, entre gente adulta, já é de uma violência extrema, o que dizer, cuja vitima é uma criança!? Não há desculpa, não pode haver desculpas. É crime! Ponto final. E como crime deve ser severamente punido com pena efectiva na sua totalidade. Dizem os estudos, que a maioria dos abusadores são próprios familiares, contudo, é uma infeliz pratica que atravessa toda a sociedade. Advogados, engenheiros, professores, médicos, trolhas, carpinteiros, homens de fortes e fracos recursos, estrangeiros, nacionais e também mulheres. Mas não se pode generalizar. Não podemos dizer que a Classe dos Advogados é pedófila, assim como a Ordem dos engenheiros, economistas ou o que quer que seja. Com isto, quero dizer, que me parece um pouco preconceituoso, o que se está a passar no actual momento em relação à Igreja Católica. Descobriu-se (ainda bem que assim foi) que existiram certos elementos do Clero, que tiveram praticas pedófilas e que os mais altos membros encobriram os factos. Vergonhoso, a meu ver, quem quer que tenha sido – Acólito, Padre, Cardeal, Bispo ou até mesmo o Papa. Quem encobriu os factos deve ser tão ou mais castigado como quem os praticou. E expulsos, pois a Igreja Católica é uma instituição, que pelos valores que defende e pela maneira como está implementada na sociedade, não merece ter esta gente nas suas fileiras. Mas para isso é necessário, descobrir a verdade - quem foi, quem encobriu, sendo o “onde foi” pouco relevante. Não podem os que desconhecem a história vir dizer que a igreja é um antro de pedofilia. Muitos, nunca gostaram de ver a sua presença na sociedade, aproveitando-se agora da situação para a enxovalhar – Há que ter respeito. Bem como, não podem vir a terreiro, membros da Igreja, conhecendo ou não a história, vir defender (o indefensável) quem quer que seja, com desculpas absurdas como associar a pedofilia à homossexualidade. Só desprestigia, ainda mais a instituição que não está a passar por um bom momento. A verdade acima de tudo, doa a quem doer e célere é o que se deseja.

A visita do Papa a Portugal e a tolerância de ponto dada aos trabalhadores da função pública é outro assunto que está a incendiar o país. Dizem os entendidos que a dita tolerância vai custar não sei quanto ao país. Acho que, sinceramente, não é argumento válido, mesmo dada a crise que o país atravessa. Ou melhor, parece-me que é só argumento, porque mais uma vez é a presença da igreja na sociedade que está em causa. Nunca ouvi ninguém fazer tanto rodapé com as outras dezenas de “pontes” que o país tem todos os anos. Muitas delas, associados a feriados que pouco ou nada dizem. O 13 de Maio, diz muito, não só aos portugueses como também a muitos estrangeiros. Alguém sabe ou tem conhecimento, de quantos milhares, todos os anos, pedem férias ou gozam folgas para o assinalar!? Pessoalmente, trocava muitos dos feriados existentes no calendário pelo 13 de Maio. Assim, como trocava a vinda a Lisboa da Nossa Senhora de Fátima pelo presente Papa, por quem ainda não ganhei grande afeição, não o colocando nunca ao nível do seu antecessor – João Paulo II.
Será de difícil compreensão, que quer se goste ou não, a visita do Papa é um momento histórico a que as pessoas não querem faltar!? Tendo “ponte” ou não a ausência ao trabalho de milhares de pessoas iria se notar. Há que acabar de vez, com este preconceito. Portugal, não é um país ateu, nem agnóstico. Portugal é um país, na sua maioria católico. Somos educados, tendo por base a doutrina e os valores católicos. Para muitos o ser católico é ir à missa todos os Domingos, confessar e tomar a hóstia. Não é! Ser católico é tal como em outras religiões, acreditar em algo que nos transcende. Algo que nos dá força e esperança. Algo que nos faz sentir bem após falar com o nosso “Deus”. E para isso, não é necessário ir à Igreja todos os Domingos.
É fácil criticar a Igreja, mas essas mesmas pessoas que o fazem esquecem-se o que a Igreja Católica, neste caso, faz pela sociedade. Quantas instituições não governamentais, quantos centros de estudo, de apoio e de tempos livres estão a ela associada. A quantas “bocas” dá de comer e de vestir. Quantos projectos de solidariedade, partem da Igreja católica. É claro, que não posso, nem devo acreditar em tudo o que a Igreja Católica defende. Mas as minhas divergências com ela, não são suficientes para dela me afastar.
Voltando ao assunto “ponte”, fica uma sugestão aos senhores que criticam tal acto. Vêm ai, alguns feriados… Que tal os substituir por dias de trabalho!? Afinal, é preciso combater a crise.

domingo, 11 de abril de 2010

Primeira paixão

Foi no dia do meu aniversário que a conheci, por intermédio de meus pais, lembro-me bem. Sua face redonda e corada, levou-me a arregalar os olhos e a sorrir… bastante, digamos. Como era bonita! A mais bonita que tinha visto até então. Vestia de preto e branco a contrastar, mas via em toda ela cor. Um sorriso tão grande acompanhava-me sempre que com ela andava. Depressa se tornou minha melhor amiga e companheira de brincadeira. Começámos a sair juntos, tal foi a empatia. Íamos para a escola, conhecemos e percorremos todos os jardins da cidade e na praia apanhávamos o mesmo sol e tomávamos os mesmos banhos. Como gostava de correr lado a lado, saltar, enfim… brincar e conversar com ela, apesar da sua timidez. Sua beleza era tal que todos olhavam e eu… Bem!... Sentia-me inchado por a ter a meu lado. Sentia-me um privilegiado por a ter como amiga e por poder partilhar seus, nossos bons momentos.
Havia também o contrário, quem não gostasse de nos ver juntos. Mas gostos não se discutem e a invejas não ligo… era a mais bela de todas. A minha primeira paixão. Fazia a contagem decrescente dos minutos que faltavam para estar com ela. Às vezes, nem segundos passavam. Aquela que entrava em meus sonhos e com ela percorria o mundo. Estava sempre no meu pensamento, quando comigo não estava.
Foram anos assim… agora é o desgosto. Sem saber bem porquê, deixou-me, abandonou-me… fugindo de mim.
Como tantas outras vezes, a caminho da escola, descíamos a travessa que ia dar ao rio. Naquele dia foi diferente. Largou minha mão, começou a correr como se lhe tivesse feito algum mal. E como correu… E como eu corri… Era inútil, foi inútil, pois corria mais que eu. Respiração ofegante, corpo suado, não aguentando mais aquele esforço, parei. Parei para me despedir dela. De lágrimas nos olhos, ainda a vi atirar-se ao rio e a nadar para longe aproveitando a corrente. E a desaparecer da minha visão, da minha vida. A minha ultima imagem. Nunca mais vou esquecer, agora, só recordar... a felicidade e a alegria, que aquela bola de futebol me deu.