terça-feira, 27 de novembro de 2012

Esperando o Sol



Passavam cinco minutos.
A gabardine pouco protegia do frio que se fazia sentir. Parecia lança rasgando rosto e o corpo tremelicava como se em uma dança estivesse, sem par. O chapéu dado vento que se fazia sentir, mostrava-se pouco ou nada eficaz na sua função. Soprava, enregelando até à alma.
Passavam dez minutos…
As botas que outrora impermeabilizavam, pouco defendiam entrada da água jorrada dos céus, fazendo com que os pés sentissem as agruras do tempo. As mãos, livres de protecção, começavam a ficar roxas, dificultando as articulações.
Passavam quinze minutos…
Ansiedade! De chegar antes da hora combinada. Era esta a hora! E não importando o mais ou menos minuto que passara, ela chegou.
Sua luminosidade no olhar, seu sorriso no meio da intempérie fazia aquecer coração em corpo gélido.
E o dia, esse, virou Primavera.