Passavam cinco minutos.
A gabardine pouco protegia do frio que se fazia sentir. Parecia lança rasgando rosto e o corpo tremelicava como se em uma dança
estivesse, sem par. O chapéu dado vento que se fazia sentir, mostrava-se pouco
ou nada eficaz na sua função. Soprava, enregelando até à alma.
Passavam dez minutos…
As botas que outrora impermeabilizavam, pouco defendiam
entrada da água jorrada dos céus, fazendo com que os pés sentissem as agruras
do tempo. As mãos, livres de protecção, começavam a ficar roxas, dificultando as
articulações.
Passavam quinze minutos…
Ansiedade! De chegar antes da hora
combinada. Era esta a hora! E não importando o mais ou menos minuto que
passara, ela chegou.
Sua luminosidade no olhar, seu sorriso no meio da intempérie
fazia aquecer coração em corpo gélido.
E o dia, esse, virou Primavera.
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