quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tejo

Tejo!...
Que ouves meu desabafo
Frases soltas, palavras
Que mais ninguém quer escutar.
Que abraças minha alma
Ferida, angustiada
Deste mundo que não o meu.
Tejo!...
Vejo no teu ondular
Padrão de tuas vestes
Dançando para mim
Reanimando meu Ser.
No bater junto ao cais
Na melodia de tua voz
Acato teus conselhos
Orquestrados para mim.
Cacilheiro, catamarã
Veleiro, canoa
Deslizam em teu corpo
Em tela de Lisboa
Que pintas para mim.
Corro tuas margens
Acompanhando teu caminho
Debruço-me sobre ti
Salpicas meu rosto
Em gesto de carícia.
Tejo!...
Para onde vais!?
Na corrente de tuas águas
Leva meu coração
Saudoso de paixão.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Fado

Pé ante pé
Subimos a Sé.
Acenamos António
Casamenteiro Santo
Destino Alfama
Bairro, marcha
Velha Lisboa.
Becos, pátios, ruelas
Almas perdidas
Severas, marceneiros
Negras vestes.
Local de pasto!?
Marquês da Sé
Iluminada vela
Sala meia-luz
Brilha teu olhar…
Ofuscas artistas.
Faz-se silêncio…
Entre cada sorriso teu…
Cantam alegria,
Prazer, felicidade.
Tristeza, saudade
Comoção
Na despedida.
Toca a viola,
Trina a guitarra
Que chama por nós
E acompanha
Meu, teu
Este que é
Nosso fado.