terça-feira, 2 de março de 2010

Carta aberta... A Ti... e a Ninguém...

Texto publicado no facebook no dia 28 de Fevereiro.

Carta aberta…
A Ti… e a Ninguém…

Apeteceu-me escrever esta carta…
A Ti, cujas 24 horas são o meu dia e o teu dia é a minha vida. E a Ninguém cujo tempo diz-me tudo.
A Ti, que de tão longe estás tão perto e de tão perto quero fugir. Ninguém está sempre presente.
A Ti cujo rosto desconheço e a Ninguém que está tão bem definida.
A Ti, onde nos sonhos desapareces e a Ninguém que me acorda.
A Ti, com quem passo o luar e no amanhecer não te encontro. É Ninguém que está junto a mim.
Escrevo-te esta carta na certeza de que a não vais ler. No máximo, vais o fazer na diagonal – o costume. E a Ninguém, que vai absorver cada palavra, cada frase, cada mistério que nela se esconde.
Escrevo a Ti, que de tão real me pareces imaginária… ou será mesmo!? E a Ninguém, que de tão imaginária é tão real, tão presente.
Escrevo a Ti, que me fazes rir e chorar, mas é Ninguém que limpa minhas lágrimas.
Os problemas de Ti, são os meus problemas. Os meus…Bem!... São meus e de Ninguém. Teu silêncio incomoda-me, não dás conta… é Ninguém que me ouve e aconselha.
Não sou Pessoa, nem Queiroz, nem poeta como Vaz de Camões e nem sequer sei escrever. Apenas tento exprimir sentimentos com as palavras. E é Ninguém que percebe, mesmo com erros ortográficos ou frases mal construídas.
Não sou quem tu desejas, anseias… Apenas o desejo de Ninguém.
Teus amigos são meu ciúme, minhas amigas apenas e só para te fazer ciúme. Com Ninguém sinto-me livre.
Escrevo a Ti que queres fugir, esconder-te de mim. Irei atrás e Ninguém vai ajudar-me a encontrar-te. No fim do mundo!? Lá estarei…
Escrevo a Ti que de tão igual és eu ou apenas e só um sonho meu. E a Ninguém que me faz abrir os olhos, acordar de tal pesadelo.
Escrevo a Ti, que me desorientas e a Ninguém que me dá rumo à vida.
Escrevo a Ti, que de mim nada queres saber e a Ninguém que já tudo sabe
Escrevo por escrever… mágoa minha.
Escrevi a Ti, a quem preciso e desejo e a Ninguém que anseio.
Escrevi a Ti para tentar esquecer, branquear nosso passado presente, mas é Ninguém a dizer que não sei mentir.
Escrevi a Ti e a Ninguém, afinal és uma e uma só… Não distingo, não consigo distinguir, não quero distinguir, mas é a Ti e mais Ninguém… que amo.
Escrevi esta carta… a Ninguém e a Ti.

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