Vem aí mais uma greve nos transportes públicos – autocarros, barcos, metropolitano, comboio… nada escapa. Greve conjugada propositadamente para afectar a vida do comum cidadão que precisa se deslocar para o emprego, aulas, médico.
Há sempre a alternativa do “ir a pé” quando se pode e consegue, em viatura própria quando se tem ou de boleia, quando se consegue arranjar.
Quem precisa e quer trabalhar, de certeza que já arranjou maneira de se deslocar amanhã, contudo, esta situação não serve de desculpa para eu defender a greve da maneira que é/está a ser feita nos transportes públicos.
Podia evidenciar o transtorno, que dá a milhares de pessoas, fugir à rotina de frequentador de transporte público, os custos que terão – gasolina, portagens, estacionamento, táxi, o não receber por não poder trabalhar, dores de cabeça, o levantar mais cedo…
Serviços mínimos quando existentes, amenizam a situação, mas ficam sempre muito aquém… Ainda sou do tempo em que o Metropolitano de Lisboa colocava à disposição serviços alternativos para detentores do passe. Agora nem isso, uma tristeza, uma vergonha.
Há greves e maneiras de se fazer greve. Os defensores dizem que é assim mesmo – se não prejudicar ninguém, não vale a pena fazer greve. E é assim que se pensa. A greve só faz sentido, neste caso, se prejudicar a vida a milhares de portugueses. Eu defendo que não. Existe o direito à greve, mas existe também o respeito e o direito de quem paga um serviço.
Se invés de pararem 24 horas (ou quase), se unissem todos e por exemplo, não cobrassem bilhetes, abrissem as cancelas de acesso ao transporte, andassem com um simples autocolante na lapela “estou em greve”, reduzissem a oferta em determinado dia, só deixassem entrar quem passe tivesse… há milhentas maneiras de mostrar descontentamento e fazer greve. E não me venham com a “depois levava processo disciplinar”. A TODOS os trabalhadores!?, respondo eu…
Perguntem a outras classes profissionais como o fazem... Aprendam! Inovem!...
Parece que só querem conhecer este tipo de luta. É mais fácil não fazer nada, ficar em casa descansadinho, esquecendo-se que estão a prejudicar quem verdadeiramente lhes paga o salário – quem compra o passe e viaja regularmente. Sim! Não estão a prejudicar a entidade patronal, feitas as contas no fim do dia, se calhar até ganham…
Quantos destes senhores, que amanhã farão greve, mais os que a defendem neste molde, já se indignaram, já chamaram nomes, stressaram por terem pago um serviço e não obtiveram o retorno esperado. Umas horinhas sem Internet, sem televisão e sai logo critica a seu fornecedor de serviços. No cinema, quando o filme, está com quebras na imagem ou o som não está bom… Num restaurante, quando pagam e são mal servidos… Quando se paga a alguém para limpar a casa e depois pouco limpa…
Quando alguém compra o passe, está a pagar um serviço adiantado e quer ser bem servido. Um dia ou outro até podem compreender e deixar passar o atraso do transporte, a avaria… Mas PAGAR e NADA receber!? Quantos de vós, trabalhadores nos transportes públicos, estão dispostos a isso!?
Sempre aprendi que o respeitinho é muito bonito. E ganhavam mais, estes trabalhadores em luta, respeitando e tendo consideração por quem lhes paga o salário, do que ter estas atitudes de desprezo, olhando só e apenas, para seu umbigo.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Greve (também) ao Respeito e à Consideração
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