terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Até Sempre Avó

Lisboa, 10 de Fevereiro de 2015.

Querida avó,

Lembro o dia, como se fosse hoje, em que me ensinaste a não dizer 'Adeus' mas sim um 'Até logo', um 'Até amanhã' ou um simples 'Tchau', na hora da despedida.
Passaram muitos anos desde essa data e hoje, que Deus te chamou, também não vou dizê-lo. Acredito que havemos de nos voltar a encontrar um dia...
Nem sei porque estas lágrimas teimam em escorrer por meu rosto e este tremer que não de frio domina meu corpo. Imagino que já estejas com o avô (amor de toda uma vida), com o pai (teu filho mais novo), com as tias (tuas irmãs, amigas e companheiras) entre outros familiares e amigos.
Neste Mundo, que dizem ser dos vivos, onde durante os últimos anos, a doença já não permitiu que (re)conhecesses tua família, ficou (mais) um vazio. Mas mesmo 'desconhecendo' quem éramos, a empatia connosco fazia com que dissesses que gostavas de nós e da nossa companhia. E sorrias... E nós gostávamos de ouvir e ver... Foi estranho ouvir-te avó, tratares-me a mim e ao resto da família por 'senhor' ou 'senhora' e 'menina' às bisnetas. Dadas as circunstâncias, sorriamos e brincávamos com a situação, com o teu ar de espanto e alegria, quando dizíamos que éramos teus netos ou bisnetas.
Acredito que aí, onde descansas agora, após 91 anos de viagem na Terra, seja diferente e até consigo ouvir tua gargalhada ao leres este episódio.
Conhecendo o avô, recebeu-te com um poema e o pai com uma flor. Não foi?
Por aqui, mesmo sabendo, que agora já não estás em sofrimento, a hora é de tristeza. Muita!... É o tal egoísmo que o Ser Humano tem de só pensar em si... Sorri aí de cima e deixa-nos chorar... Sabes que não consigo evitar... Toda uma lembrança, toda uma saudade... E mais um amor que parte...
Obrigado por tudo avó, descansa em Paz
Beijinho
E Até Sempre!
João Pedro



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