Muito provavelmente não tenciono lá ir. Não que esteja
contra ou a favor, porque nem sequer tenho opinião formada. Se calhar por ser
Sazonal e não algo definitivo.
Conheço muito bem aquela zona. Bem perto do
jardim de infância que frequentei e para onde a educadora nos costumava levar
a passear e onde criava jogos para nos entreter - Houvesse bom tempo.
Praia do Torel que fica lado a lado com a escola primária, onde a professora Guiomar
me ensinou muito, durante quatro anos, a ser também quem hoje sou. Várias vezes
o recreio, saltava do interior da escola, para o exterior, Não só para a zona
do terraço da escola, miradouro excepcional de Lisboa, como da zona do lago
onde vai ser implantada a praia ou mais uma vez, alargado ao jardim circundante
onde cheguei a plantar uma árvore no seu Dia Internacional. Lago, onde um
colega decidiu “entregar” o bilhete da professora para sua mãe e que uma das auxiliares
da escola (naquele tempo “contina”) presenciou e recolheu... Tanta reguada que apanhou… Escola
primária frequentada também por minha mãe, ainda do tempo, meninos de um lado e
meninas do outro. Quem conhece a escola sabe das suas várias entradas e uma delas
fica bem junto do dito lago. Houvesse escola e ao toque de saída, era entrar directamente na praia.
Anos depois de finalizada a escola primária, voltei ao Torel.
Naquele mesmo lago, onde agora vão construir uma praia, só não tomei banho
porque era “betinho” e/ou "certinho" de mais. Não me lembro se algum dos meus irmãos tomou, mas
vários amigos e colegas de brincadeiras de rua assim o fizeram. Quem diria!?
Visionários!...
Depois!? Começou a ganhar má fama e simplesmente deixámos de o frequentar. Mais! Meu pai proibia-me de frequentar o Torel e assim obedeci. Quem
lá ia sabia bem quem encontrar e o que encontrar. Conhecíamos bem os
frequentadores, mas felizmente, a maior parte de nós, seguiu o outro lado da
vida. Não os conseguíamos evitar por completo, porque várias vezes passavam na
nossa zona de conforto, que era a Rua do Passadiço e o respectivo campo de
jogos e acabávamos por trocar conversa da treta durante uns minutos. Era isso!
Uma treta de conversa onde basicamente ouvíamos os feitos da droga e para a
droga. A miséria de ver miúdos de 14 anos completamente pedrados e já com ficha
policial.
Passei por lá há dois ou três anos atrás com a Isabel e uns seus colegas e fiquei contente
por estar novamente diferente, de ter rejuvenescido. E se hoje vão fazer lá
praia, desporto e trazer a cultura até ao Torel, só tenho a agradecer a quem dele não se
esqueceu. Foram muitos anos… e é uma de muitas zonas de Lisboa, que faz parte
de mim.
Sem comentários:
Enviar um comentário