quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Conto de Natal


Sol de Inverno. Reflectia, todo o seu esplendor, na água calma da piscina.
Aproveitou aqueles raios de Sol e deitou-se na espreguiçadeira. E sem esforço, adormeceu…
Mal fechou os olhos, começaram a cair pequenos flocos de neve. Película fina de gelo cobria agora, água da piscina. Os verdes e castanhos da Natureza envolventes começaram a ficar brancos. Vento gélido, como se mandado do Pólo Norte, soprava seu rosto, fazendo-a acordar estupefacta, empurrando-a para dentro de casa. Vestiu algo mais confortável, dirigindo-se depois à cozinha para beber algo quente.
Entretanto, sua família, enfeitava a casa. Decorava o pinheiro de natal, fazia o presépio. Vendo-os naquela azáfama, quis ajudar, não tendo conseguido. Algo a prendia, impedindo-a de se movimentar. Viu o mais pequeno subir ao colo do pai para colocar a estrela que guia Reis Magos à manjedoura, no cimo do pinheiro. A alegria era contagiante. Nunca tinha percebido o quanto podia ser belo o sorriso de uma criança. No fim, quando toda a casa ficou enfeitada, acendeu a lareira. Aconchegou-se no sofá, ouvindo o estalar da lenha, absorvendo o calor e olhando para as cores quentes do lume, voltou a adormecer…
E mal adormeceu, acordou. O Sol, mais fraco, ainda espreitava, tinha sonhado. E do sonho despertou-lhe sentimento de ser mãe, constituir família. Poder ensinar, transmitir a seus filhos o que seus pais lhe haviam ensinado e que naquele momento lhe suscitou a memória – o verdadeiro espírito de natal – a família. Flocos de neve, derretidos pela alegria, pelo calor familiar. Tinha despertado, do cansaço da solidão, do frio que podia ser a vida e começou a escrever a carta, como seus pais lhe ensinaram e como em criança fazia…
“Querido Pai Natal…”
Continuou, sem se aperceber, por instantes, que dia era aquele…
“Este ano desejo…”
E um flash fez-lhe pensar, Porque estaria (naquele dia) em casa!?
Olhou calendário – 25 de Dezembro - era dia de Natal. O Pai Natal já tinha passado no seu trenó, conduzido na dianteira pela Rena Rodolfo. Era tarde demais – esmoreceu, sorrindo de seguida. Percebeu que o menino Jesus não se tinha esquecido dela, que tinha sido presenteada com aquele sonho – com o despertar para a vida, combatendo a solidão, desejo do calor, do aconchego e da alegria que uma família podia dar.
E acabou de escrever a carta…
“Obrigado Pai Natal, por teres passado por aqui esta noite.”
“Feliz Natal”

Sem comentários:

Enviar um comentário