Cinco dias no Alentejo com base em Évora, foi o destino de fim-de-semana que decidimos prolongar. Já há muitos anos que não pisava terras alentejanas. A bem dizer, nem me lembrava ao certo quando tinha sido a ultima vez e onde. Fiquei rendido. A paz que se sente naquele território é soberba. Estradas desertas rasgando campos verdes, oliveiras, azinheiras, gado, imagens belas que a visão fotografa e o cérebro guarda para mais tarde recordar.
Verdade que o tempo não ajudou a uma visita mais produtiva no sentido de visitar mais espaços, de fazer mais deslocações no terreno. Mas não foi impeditivo de saborear sua cultura e ao mesmo tempo passar uns belos dias a dois.

Levámos a lição bem estudada de casa, sabíamos o que havia para visitar, contudo não deixámos de nos dirigir ao posto de turismo. Atendeu-nos um senhor. Levantou-se de sua cadeira e em cada oportunidade espreguiçava-se, a cada pergunta, respondia atirando um panfleto para cima do balcão “Está aqui…” “Tem aqui…” As respostas, tínhamos de as procurar nos ditos papéis. Parecia um verdadeiro alentejano das anedotas, sem querer ofender este povo. No posto de Turismo, na Praça de Giraldo, Évora é muito mal “vendida”.

Évora, cidade que transborda cultura, é para ser visitada a pé. E no nosso caso, de guarda-chuva, cachecol, gorro e tudo o mais que permitisse lutar contra a chuva, vento e frio. Para se perder em suas ruas medievais que acabam sempre em algum ponto histórico, mas de carro partimos para outras localidades.
Em Estremoz passeámos pela Porta de Santo António e pela Porta de Santa Catarina e ainda visitámos o Claustro da Misericórdia. Pouco mais, com pena, mas a chuva e o frio eram demais para andar feito turista. O regresso nesse dia foi por Vila Viçosa, onde vimos a fachada do Museu do Mármore e o monumental Palácio.
Em Alqueva, visitámos a barragem, o seu Memorial, vimos o grande lago e andámos em seu redor. Passámos por Mourão, fomos pôr gasóleo a Espanha e dirigimo-nos a Monsaraz. Uma das Vilas mais bonitas, senão “A Mais” de Portugal. A vista é divina, paisagens tiradas de um postal ilustrado e percorrer as suas ruas fortificadas é um privilégio. Poucos saberão como é bonita a Vila de Monsaraz e o que a vista alcança.
No regresso a Lisboa, ainda deu para ir ao Castelo de Arraiolos e apanhar chuva de granizo. Mas chuva de “calhaus”, não valendo o susto foi em plena Ponte Vasco da Gama. De repente o céu ficou negro, deixámos de ver o rio, troveja, cai granizo e os carros automaticamente abrandaram para uns 20 km/h tal era o respeito pelo temporal e pela pouca visibilidade. De meter medo, confesso.
Nestes dias alentejanos e como bons turistas não deixámos de provar algumas iguarias gastronómicas da própria zona. Não nos podemos queixar que comemos mal, antes pelo contrário. Comemos muito bem, só era preciso nos deixarem… É que para aquele povo, almoçar às 14 horas é quase impossível, jantar às 19:30 é cedo e às 22 horas tarde de mais.
De salientar ainda, que conseguimos fazer, nove caches alentejanas, É que isto do geocaching é um vício e acompanha-nos sempre, mas disto escrevo noutro dia.
Amei este passeio e há sítios aos quais queremos voltar. De preferência com melhor tempo, porque isto de “cachar” à chuva… Er!... Porque isto de tirar férias e apanhar SEMPRE chuva, vai ter de acabar :-))