domingo, 18 de maio de 2014

Ribeiro&Telo - 1000 Founds - Geocaching



Mil caches encontradas. Tradicionais, Multi, Enigmas, Earth, Letters, Virtuais, Eventos, Mega-eventos, Wherigo, containers do tamanho nano até ao gigante e do terreno 1 até ao 5, bem como de dificuldade variada. Mas nem tudo foram founds. Dezenas de not founds carregamos também no currículo, ora por estarem muito bem escondidas e/ou disfarçadas, ora por terem desaparecido. Not founds que nos fazem voltar ao sítio, ao local, uma e outra vez, até serem encontradas se perto de nossas casas. Já quando estão mais longe, fica um pouco de tristeza, mas faz parte do jogo.
Ribeiro&Telo
Mil caches encontradas, milhares de quilómetros percorridos, por mim e pela Isabel. Em cada viagem, passeio, espreitamos o GPS e tentamos colocar um sorriso no mapa. Em Portugal, só o distrito de Portalegre e Faro estão em branco, assim como o Arquipélago dos Açores. Dizem as estatísticas que temos caches encontradas em 34,7% dos concelhos e em 8,2% das freguesias. Dá uma pequena noção do país já palmilhado e do muito que ainda existe por visitar. O concelho onde temos maior percentagem de caches encontradas é o Porto, com 81%, o que não é de estranhar pois são as que estão mais à mão - como se costuma dizer. Mas nem só em Portugal temos caches encontradas. Itália, República Checa, São Tomé e Espanha são os outros países onde já conseguimos colocar um sorriso no mapa.
Graças ao Geocaching já percorremos muito de Portugal, locais fantásticos que quase não aparecem no mapa, subimos e descemos montes, desbravamos terreno entre silvas e mato. E como cada cache tem sua história, ficámos culturalmente mais ricos. Descobrimos santuários, igrejas, capelas e ermidas. Vestígios dos nossos antepassados como necrópoles, mamoas e antas, antigos balneários castrenses e romanos. Estradas, pontes e muitos outros vestígios romanos. Lembro-me assim de repente de um caminho romano, onde ainda era visível a marca de rodados. Moinhos, lavadouros do antigamente e que em alguns locais por onde passámos ainda funcionavam. Rios e riachos. Cascatas e nascentes. Palmilhámos trilhos em serras e pinhais. Observámos o mar de perto, quando cachámos no litoral e ao longe, quando estivemos mais no interior e em pontos altos - visões privilegiadas. Paisagens fantásticas, postais ilustrados que nem sempre as fotos conseguem ilustrar e muito menos as palavras. Subimos a alguns dos pontos mais altos deste nosso país, onde os marcos geodésicos atestam a altitude e nos fornecem vistas, quase sempre, de 360 graus. E destes já conseguimos visitar, entre suas centenas, apenas 19.
Descobrimos cantos e recantos de nossas cidades - Lisboa e Porto - que desconhecíamos. Alguns bem perto de casa. Histórias de vidas, de edifícios, que sobrevivem nos dias de hoje. De ruínas que ganham vida em nossas mentes depois de sabermos seu passado. De parques e jardins com vida, onde famílias passeiam e brincam e ponto de encontro de velhotes. Convivemos e conhecemos novas pessoas. Ouvimos e trocámos experiências.
Mil caches, sem o esforço de querer atingir o objectivo de ser melhor que este ou aquele. Não é esse o nosso campeonato e se assim fosse, já estaríamos nas mil e quinhentas ou duas mil caches encontradas. E era tão simples, sendo eu de Lisboa e a Isabel do Porto. Mas o nosso hábito é cachar juntos e daí, muito rara é a cache encontrada só por um de nós. Jogo de equipa, de casal, momentos vividos e partilhados por ambos. Temos um 'pequeno' objectivo, que é o de finalizar o projecto Lusitani. Este projecto, leva a percorrer todas as 30 zonas estatísticas (Nuts III) portuguesas. Cada uma destas zonas tem uma cache com um código. E é ao juntar todos os códigos que nos permite chegar à cache final, que ainda só foi descoberta por 4 geocachers. Faltam-nos quatro - Açores, Algarve, Portalegre e Serra da Estrela. É este projecto que também nos transporta a lugares magníficos, onde pudemos contemplar a natureza no seu esplendor, longe do reboliço das grandes cidades e onde muita vez já ficámos de boca aberta, pela positiva.
Quem não conhece o Mundo do Geocaching, não sabe, nem pode perceber que no seu dia-a-dia e com uma certeza absoluta digo, passam ao lado de vários tesouros. No Geocaching existe uma frase que aprendemos ao fim de algum tempo e que é “Tudo pode ser uma cache” – desde um parafuso até uma boca-de-incêndio, desde um caracol até um ninho de pássaro. Desde um tronco de árvore até uma pedra.
Nesta aventura iniciámos alguns amigos e sempre que é possível lá combinamos e partimos juntos em busca de mais tesouros. Agradecemos a eles, as aventuras connosco partilhadas, em especial à Maria João e ao Miguel, à Ana e ao Olivier e à Ana e ao André. Momentos de passeio, de descontracção e de amizade. Agradecemos por fim a ambas as famílias os momentos, em que, também por breves instantes, os conseguimos colocar a fazer “figuras ridículas” na procura de algo.
Mil caches encontradas… Que venham mais aventuras :-) 








Sem comentários:

Enviar um comentário